segunda-feira, 30 de novembro de 2009

TERMONOLOGIAS - PSICOMOTRICIDADE E PSICOPEDAGOGIA

AUTISMO


Distúrbio emocional da criança caracterizada por incomunicabilidade. A criança fecha-se sobre si mesma e desliga-se do real impedindo de relacionar-se normalmente com as pessoas. Num diagnóstico incorreto pode ser confundido com retardo mental, surdo-mudez, afazia (perda da capacidade de usar a linguagem oral.Está usualmente associada com o traumatismo ou anormalidade do sistema nervoso central) e outras síndromes.

sábado, 28 de novembro de 2009

DISLALIA

É um distúbio da pronúncia das palavras. Podendo ser de troca ou de supressão.

DISORTOGRAFIA

Dificuldade na expressão da linguagem escrita,revelada por fraseologia incorretamente construída, normalmente associada a atrasos na compreensão e na expressão da linguagem escrita.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Frase de Anton Makarenko:

“É preciso mostrar aos alunos que o trabalho e a vida deles são parte do trabalho e da vida do país”


Anton Semionovich Makarenko nasceu em 1888 na Ucrânia, filho de um operário ferroviário e de uma dona-de-casa. Aprendeu a ler e escrever com a mãe, como a maioria das crianças da época, e logo depois foi matriculado numa escola primária. Lá teve acesso às disciplinas de língua russa, aritmética, geografia, história, ciências naturais, física, desenho, canto, ginástica e catecismo, mas não pôde estudar sua língua materna, a ucraniana, proibida pelo império czarista na Rússia, nem lógica e filosofia, exclusivas da elite. Aos 17 anos, Makarenko concluiu o curso de magistério e entrou em contato com as idéias revolucionárias de Lênin e Máximo Gorki, que influenciaram sua visão de mundo e de educação. Sua primeira experiência em sala de aula ocorreu em 1906, na Escola Primária das Oficinas Ferroviárias, onde lecionou por oito anos. Em seguida, assumiu a direção de uma escola secundária. Mais consciente do modelo de educação que queria aplicar, ampliou o espaço cultural e mudou o currículo com a ajuda de pais e professores. E estabeleceu o ensino da língua ucraniana. Sua mais marcante experiência deu-se de 1920 a 1928, na direção da Colônia Gorki, instituição rural que atendia crianças e jovens órfãos que haviam vivido na marginalidade. Lá ele pôs em prática um ensino que privilegiava a vida em comunidade, a participação da criança na organização da escola, o trabalho e a disciplina. Publicou novelas, peças de teatro e livros sobre educação, sendo Poema Pedagógico o mais importante. Morreu de ataque cardíaco durante uma viagem de trem em 1939, ano que ficaria marcado pelo início da Segunda Guerra Mundial.

Imagine um educador que tem como missão dirigir um colégio interno (na zona rural) cheio de crianças e jovens infratores, muitos órfãos, que mal sabiam ler e escrever, numa época em que o modelo de escola e de sociedade estavam em xeque. Como educar? Por onde começar? Anton Semionovich Makarenko, professor na Ucrânia, país do leste europeu que era parte da União Soviética na época, foi um dos homens que ajudaram a responder a essas questões e a repensar o papel da escola e da família na recém-criada sociedade comunista, no início do século 20. Sua pedagogia tornou-se conhecida por transformar centenas de crianças e adolescentes marginalizados em cidadãos.

O método criado por ele era uma novidade porque organizava a escola como coletividade e levava em conta os sentimentos dos alunos na busca pela felicidade – aliás, um conceito que só teria sentido se fosse para todos. O que importava eram os interesses da comunidade e a criança tinha direitos impensáveis na época, como opinar e discutir suas necessidades no universo escolar. “Foi a primeira vez que a infância foi encarada com respeito e direitos”, diz Cecília da Silveira Luedemann, educadora e autora do livro Anton Makarenko, Vida e Obra – A Pedagogia na Revolução.

Mais que educar, com rigidez e disciplina, ele quis formar personalidades, criar pessoas conscientes de seu papel político, cultas, sadias e que se tornassem trabalhadores preocupados com o bem-estar do grupo, ou seja, solidários. Na sociedade comunista de então, o trabalho era considerado essencial para a formação do homem, não apenas um valor econômico. Makarenko aprendeu tudo na prática, na base de acertos e erros, primeiro na escola da Colônia Gorki e, em seguida, na Comuna Dzerjinski. Cada etapa de suas experiências foi registrada em relatórios, textos e livros. As dificuldades e os desafios têm muitos paralelos com os dos professores de hoje. A saída encontrada há quase um século correspondia às necessidades da época, mas servem de reflexão para buscar soluções atuais e entender a educação no mundo.


Proteger a infância

A idéia do coletivo surge como respeito a cada aluno, oposta à visão de massificação que despersonaliza a criança. O grupo estimula o desenvolvimento individual. Como a instituição familiar (e tudo o mais na então União Soviética) estava em crise, essa foi a alternativa encontrada pelo educador para proteger a infância de seu país. O sentimento de grupo não era uma idéia abstrata. Tinha raízes nos ideais revolucionários e Makarenko soube como transformá-la em algo concreto. A colônia era auto-suficiente e a sobrevivência de cada um dependia do trabalho de todos. Caso contrário, não haveria comida nem condições de habitação aceitáveis.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O que é ensinar?

TERÇA-FEIRA, 12 DE FEVEREIRO DE 2008


Uma interlocução entre Psicanálise e Aprendizagem Inventiva[1]
A Educação é um universo de possibilidades que vai desde a discussão sobre sua essência até a tentativa de definir o que deve se ensinar. Da forma ao conteúdo, existe uma dispersão que necessita de referência, para escapar da imensidão e assim ser viabilizada como saber neste campo.
Nesta busca incansável de suprir a necessidade de ensinar, ou ensinar a ensinar, a educação se assemelha a ciência, criando novas didáticas a cada dia para dar conta do que é impossível.
Cada vez mais, a didática se afasta de ser uma arte e passa a não só se assemelhar a ciência, mas também pertencer a ela.
Conforme o pensamento científico transformou-se em modelo da produção de conhecimento, a educação – buscando os mesmos padrões – transformou-se em metodologia. Cada vez mais, os conteúdos a serem ensinados provêm do domínio do conhecimento científico.
A educação está sempre ensinando o que é científico. Onde está o ensino da ética, da estética, teologia e outros ensinos de humanidades? Quando estes aparecem no currículo, estão sempre vinculados a ciência.
Se buscarmos uma nova concepção de aprendizagem, quebrando o paradigma da ciência moderna e das correntes da psicologia cognitiva, encontramos um olhar para o lugar da invenção. Um ponto subjetivo em meio a regras e determinismos.
Neste sentido, aprender não significa uma simples percepção e conhecimento de um objeto, no qual o sujeito e o objeto já estão pré-definidos. Há um processo neste intermédio que sobre a ótica temporal, faz com que a aprendizagem não se limite ao conhecimento do objeto, mas que haja uma problematização.
A colocação de um problema que faz com que em um processo de devir – podemos dizer devir filosófico – a invenção tenha lugar. Não se trata apenas de solucionar problemas, mas de inventá-los.
Assim entendemos, como em um processo de devir, de invenção - divergindo da ciência determinista – um músico compõe, um escultor esculpi, um pintor pinta, um apreciador absorve a arte e um professor ensina.
Esses momentos de invenção não se encontram nas explicações científicas nem nas ciências psicológicas. Só aparecem como derivações ou habilidades da inteligência.
A psicanálise traz contribuições para esta questão, a partir do ponto em que também se difere de uma ciência que quer apresentar respostas e soluções prontas.
A partir do conceito de inconsciente estruturado como linguagem, também aponta para o lugar da subjetividade.
Sob esse prisma, a psicanálise traz reflexões sobre a transmissão e o ensino. Acrescenta que a educação assume a ciência como conteúdo privilegiado para a transmissão do saber e ao fazê-lo, esse discurso passará a condicionar as hipóteses sobre a transmissão do conhecimento.
No entanto, na visão psicanalítica, esse discurso não consegue enunciar totalmente a transmissão, sempre permanecerá uma “sobra” que não se conseguirá teorizar. Esse resto se apresentará como dificuldade de se ensinar tudo a todos. Escapará algo como dedicação e amor que não se ensina didaticamente. Assim, a psicanálise considera que na arte de educar há algo que só pode ser pensado na categoria do impossível.
Esse impossível não está nos moldes da ciência moderna, onde não existem impossibilidades, onde o professor tudo sabe e o aluno aprende com o professor.
A partir dessas duas teorias – Aprendizagem inventiva e psicanálise – proponho uma reflexão sobre o que é ensinar.
Em ambas as teorias, há um apontamento para o subjetivo (descartado pela ciência) e a introdução da questão do tempo como algo de imprevisível neste processo.
Se a arte de educar é da ordem do impossível e não pode aprisionar-se ao modo científico, como se ensina?
Não irei oferecer respostas, já que estas não existem nem para a ciência que se encarrega de tê-las, mas sim propor reflexões na contramão destas respostas , embarcando nas teorias em que ensinar e aprender são processos inacabáveis.


Márcia Muller – Educadora e Psicanalista


[1] Teoria criada por Virgínia Kastrup, doutora em Psicologia pela PUC-SP e professora do Programa de Pós-graduação do Instituto de Psicologia da UFRJ.

Transferência em Freud

A TRANSFERÊNCIA EM FREUD

Foi em 1912 que Freud publicou a primeira obra exclusivamente dedicada à transferência, denominada “A dinâmica da transferência”, na qual explica como a transferência é necessariamente ocasionada no tratamento psicanalítico e com ela exerce seu papel.

O autor explica que se a necessidade de amar de algum indivíduo não é totalmente satisfeita pela realidade, ele irá se aproximar de cada pessoa que conhecer inclusive o médico, com “idéias libidianais antecipadas” e que as peculiaridades da transferência para o médico se tornam compreensível” se tivermos em mente que a transferência foi precisamente estabelecida não apenas pelas idéias antecipadas, Conscientes, mas também por aquelas que foram retidas ou que são inconscientes” (1912b, p.112).

Em 1913, Freud havia definido a psicanálise como procedimento médico que tem em vista a cura de certas doenças nervosas (neuroses) por intermédio de uma técnica psicológica (1913j, p. 199). Ainda nesse artigo, Freud cita exemplos de distúrbios acessíveis ao tratamento psicanalítico, como as convulsões histéricas e as paralisias, e afirma que suas curas dependem da influência pessoal do médico, de uma maneira a qual ele ainda não havia explicado. Tal influência ocorrerá via aquilo que ele denomina de transferência, para caracterizar o tipo de relação que o paciente estabelece com o psicoterapeuta. Mais do que isto, a consideração da transferência é, para ele, um dos elementos chave para caracterização do que é o método de tratamento psicanalítico. Ao explicitar quais as variáveis básicas consideradas pela psicanálise, Freud enumerará: os processos psíquicos inconscientes, a resistência e a teoria da pressão, a sexualidade infantil e o complexo de Édipo (1923ª, p. 264).

Freud, S. A dinâmica da transferência. Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro:

Imago, v. XII, 1912 / 1989. Rejane

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Dificuldade de Aprendizagem e a intervenção Psicopedagógica

A intervenção psicopedagógica veio introduzir uma contribuição mais rica no enfoque pedagógico. O processo de aprendizagem da criança é compreendido como um processo pluricausal, abrangente implicando componentes de vários eixos da estruturação: Afetivos, cognitivos, motores sociais, econômicos, políticos etc. A causa do processo de aprendizagem, bem como das dificuldades de aprendizagem, deixa de ser localizada somente no aluno e professor e passa a ser vista como um processo maior com inumeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo professor e psicopedagogo.
A psicopedagogia atua e investiga a complexidade dos processos de ensino e aprendizagem, o sujeito que aprende o contexto da escola e seu conteúdo sociocultural. Problematizar as práticas cotidianas dos espaços educacionais na perspectiva da aprendizagem das crianças, adolescentes e adultos.
A infância é uma etapa biologicamente útil, que se caracteriza como sendo o período de adaptação progressiva ao mei físico e social.

Como se aprende

O ser humano para aprender deve por em jogo:
- seu organismo
- seu corpo construindo especularmente,
- inteligência autoconstruida interacionalmente e
- a arquitetura do desejo, desejo que é sempre desejo do desejo do outro.

"O organismo se domestica, se acostuma,
se medica; o corpo ensaia, se equivoca, se
corrige, aprende" Sara Paín